sábado, 14 de abril de 2012

Heavy Rain - Análise


David Cage é atualmente um dos produtores de jogos que mais procura a inovação e atingir a experiência mais rica e definitiva no mundo dos jogos. Isto foi o que nos foi prometido com o novo jogo da Quantic Dream que depois de ter brilhado com Fahrenheit para a Playstation 2, estreia-se agora na PS3 com Heavy Rain que prometia ser uma experiencia tão envolvente que nos iria fazer sentir como se estivesses num filme jogável e no qual as nossas decisões realmente fizessem a diferença. Terá isto sido conseguido ou terá este jogo sido uma desilusão do inicio ao fim?
Heavy Rain é uma experiência sem igual no mundo dos videojogos, cada vez mais dominado pelos shooters que pouco ou nada representam o mundo real onde vivemos, Heavy Rain retrata todos os momentos que podemos atravessar na nossa vida, desde a perda de alguém que amamos, à destruição de uma família feliz ou até mesmo o vício das drogas, todos estes problemas são retratados em Heavy Rain com o objetivo de nos fazer ligar aos acontecimentos retratados e de nos fazer enriquecer depois desta experiência. Sendo o lema do jogo “Até onde estás preparado a ir para salvar alguém que amas?”, é fácil perceber que estamos perante um jogo capaz de testar a nossa própria personalidade e como iriamos agir em situações de enormíssima tenção sabendo que o que decidirmos irá afetar o desfecho das situações.
Em Heavy Rain assumimos o controlo de 4 personagens totalmente diferentes e sem qualquer ligação entre si, embora as suas vidas sejam afetadas de uma forma ou outra pelo Assassino do Origami, um assassino que afoga as suas vítimas em água da chuva abandonando-as depois em descampados com uma figura de origami na mão.
Ethan Mars
Ethan Mars é um arquiteto que começa por ter uma vida perfeita com a sua mulher e o seus filhos, mas o que parecia ser uma família feliz para toda a vida foi repentinamente destruída com a morte do filho mais velho atropelado num acidente no qual Ethan é também atingido ficando 6 meses em coma.
O jogo avança 2 anos após o acidente fatídico, Ethan está já divorciado e sente-se culpado pela morte do seu filho sendo assombrado por vários “blackouts” sendo que num destes “blackouts”, o seu outro filho é raptado pelo assassino do Origami que irá levar Ethan a realizar umas provas para conseguir descobrir onde o seu filho está preso antes que seja tarde de mais.
Norman Jayden
Norman Jayden é um investigador do FBI que foi destacado para ajudar a polícia local na investigação aos homicídios relacionado com o Assassino do Origami, sendo a sua área de trabalho os perfis psicológicos. Norman possui uma engenhoca bastante futurística chamada “ARI” que basicamente são uns óculos que permitem aceder a pistas e ficheiros sobre o caso e também análise de cenas do crime de forma quase imediata e sem esforço. No entanto Norman apresenta uma dependência a uma substancia chamada de “tripto” sofrendo muitas vezes ataques quando não a toma durante algum tempo.
Scott Shelby
Scott Shelby é um investigador privado contratado pelos pais das vítimas do Assassino do Origami que conduz uma investigação aparte da polícia aos homicídios. Shelby dedica-se a obter informação dos pais das vítimas tentando perceber os motivos do Assassino.
Por último temos a jornalista Madison Paige que com um passado perturbado e misterioso vive assombrado com pesadelos e insónias que a começam a levar a loucura.
Madison Paige
Embora não tenham nada a ver uns com os outros as suas vidas acabam por se cruzar devido ao Assassino do Origami.
O jogo começa de forma lenta, talvez demasiado lenta tendo em conta que a duração total da história não chegará sequer às 10 horas, mas aceita-se pois sendo os controlos diferentes do comum é necessário um período de habituação.
É também verdade que existem alguns “plot holes” mas nada que estrague a experiencia.


O gameplay desde jogo, tal como disse, faz um uso pouco comum dos controlos que parecem estranhos e pouco naturais inicialmente mas sem dúvida que são simples.
Para realizarmos determinadas ações é nos pedido que manobremos o analógico direito de determinado forma ou então para premir determinado botão e de determinada forma, sendo clicando uma vezes, várias ou manter premido, consoante a ação que estivermos a realizar ao mesmo tempo que utilizamos o R2 para nos movermos e embora pareça demasiado mecânico adequa-se perfeitamente ao ritmo do jogo e faz-nos sentir ainda mais a pressão de não poder falhar em determinados momentos.
Sim, porque neste jogo ao contrário de todos os outros as personagens podem morrer que a história continua deixando apenas de se poder jogar as sequências com determinadas personagens.
O jogo oferece-nos também a possibilidade de ouvir os pensamentos das nossas personagens, isto permite-nos não só aumentar a nossa ligação as personagens e também identificarmo-nos melhor com estas mas também como forma de nos fazer perceber o que é que devemos fazer a seguir.
As decisões que tomamos ao longo do jogo, bem como a forma como abordamos determinadas situações e o sucesso ou insucesso das nossas ações levarão a um final especifico querendo com isto dizer que existem vários finais possíveis, 21 para ser exato, todos eles com diferenças significativas que assim aumentam o interesse em jogar mais que uma vez o jogo para ver o que acontece se tomarmos decisões diferentes.

Os gráficos deste jogo são muito bons, a caracterização das personagens é simplesmente fantásticas do melhor que já se viu nesta geração, ambientes ricos e diversificados com uma beleza indescritível e a cereja no topo do bolo é sem dúvida a chuva, ver as nossas personagens constantemente encharcadas, com água a escorrer pelas suas faces e a encolherem-se com frio é simplesmente maravilhoso dando ainda mais emoção ao jogo.
No entanto existem algumas animações que deixam algo a desejar desde os estranhos movimentos de lábios, à roupa das personagens que parecem demasiado rígidas em determinado momentos assim como a forma como estabelecem contacto com outros objetos é também muito estranha e desajeitada. Mas isto perdoa-se sendo tudo o resto tão bom.
câmara pode também representar um problema muitas vezes pois como apenas temos duas formas de ver a ação de frente para a personagem ou por trás da personagem e por vezes a possibilidade de poder orientar a câmara à nossa vontade seria muito bom.

O voice acting do jogo é muito bom e as vozes portugueses não ficam em nada atrás das originais sendo inclusivamente, na minha opinião, melhores do que as originais. Os atores que deram voz ao jogo souberem muito bem captar a essência do jogo e também a personalidade das personagens.
A banda sonora do jogo é também espetacular a mudança repentina da musica a correr durante a ação aumenta sem dúvida a espetacularidade, sabendo ser rápida em momentos de alta tensão e calma em momentos mais calmos, adaptando-se assim de forma bastante eficaz ao que é pedido pelo jogo deste gênero.

Concluindo, Heavy Rain é sem dúvida uma experiencia fantástica e sem igual que redefine completamente a ideia de videojogo. Recomendo a todos os que procuram algo diferente e também a todos que estão presos às dezenas de shooters que estão constantemente a sair e que não representam nenhuma novidade para o mundo dos videojogos. O jogo encontra-se totalmente em português e embora possua alguma falhas a história é tão espetacular e fantástica que quando olharem para trás e pensarem no jogo nem se quer se vão lembrar de tal falhas.
10/10

sábado, 7 de abril de 2012

FIFA 12 - Análise


Futebol… o desporto rei do nosso país e através do qual o nome de Portugal tem sido bastante elevado com os recentes sucessos dos nossos clubes, mas será que o nosso sucesso se refletiu diretamente na mais recente entrada da franquia F  IFA ou continuará o nosso país a ser relegado em relações às outras potências do desporto?
Pois muito bem a resposta é um categórico SIM, não há qualquer dúvida que mesmo depois dos grandes feitos durante a época 2010/11, a EA continua a não aplicar o mesmo tipo de cuidado e detalhe nas equipas e jogadores que recebem por exemplo os jogadores da liga espanhola. Algo que continua a persistir em FIFA 12 é também a ausência dos estádios portugueses que ao que parece continuam a não ser estádios importantes do futebol europeu.
 Mas deixando de lado as minhas críticas em relação ao tratamento da EA ao futebol português, vamos avançar para as muitas inovações significativas que FIFA 12 sofreu na sua jogabilidade. Comecemos então pela mais “gritante” nas primeiras abordagens ao novo FIFA, a “Tactical Defense”. Com esta implementação a EA pretendia dar mais realismo e maior controlo sobre os jogadores e é certo que isso verifica-se mas ao mesmo tempo decidiram complicar de forma significativa algo que em tempos era bastante simples. Agora para defender, temos várias opções não basta apenas sprintar e clicar “X” para perseguir o jogador que tem a bola, agora temos de utilizar o “L2” para nos posicionarmos corretamente, o “X2” para nos aproximarmos do jogador e o “O” para no momento certo, e sublinho, no momento certo recuperarmos a bola. O que é certo que vai acontecer recorrentemente é que vão falhar constantemente o “timing” de corte e por isso dar a origens a jogadas de jogadores isolados afrente do guarda-redes. No entanto quando se começarem a habituar aos novos controlos, que ainda vai demorar algum tempo, é fácil perceber o quão útil esta inovação da EA realmente é.
Ainda dentro do campo da jogabilidade em FIFA, há a registar a implementação do novo sistema de impacto e do “Precision Dribbling”. O novo sistema de impacto é uma excelente adição a FIFA pois traz uma nova espetacularidade aos lances que não acontecia no passado, no entanto necessita de alguns reparos pois não raramente acontecem situações caricatas e irreais. O “Precision Dribbling” oferece-nos um maior controlo da bola, sendo muito mais fácil a mudança de direção sem perder o controlo da bola. Esta implementação ainda vem dificultar mais a habituação à “Tactical Defense” sendo mais fácil evitar as entradas dos defesas.
Algo a que não posso deixar de fazer o reparo é a inteligência artificial, sobretudo à dos nossos colegas de equipa que muitas vezes não procuram dar linhas de passe e ficam parados, chegando mesmo ao ponto de muitas vezes se “esconderem” atrás dos defesas. Também os árbitros necessitam de algum trabalho pois existem situações em que as suas decisões, sobretudo em relação à mostragem de cartões, não seguem as regras da FIFA.
FIFA 12, assim como os seus antecessores não falha no que diz respeito a capacidade de oferecer diferentes modos de jogos capazes de nos manterem a jogar. Comecemos então pelos modos de jogo offline. Estes são os mesmos de FIFA 11, temos o Modo Carreira ou então podemos simplesmente disputar uma liga ou taça fora do modo carreira ou até mesmo criar o vosso próprio torneio.
Modo carreira
O modo carreira sofreu algumas mudanças, mas nada de muito radical. Agora temos a possibilidade de jogar como treinador, controlando a equipa toda, como jogador, fazendo jogos da mesma forma que o modo jogue como profissional, ou então uma mistura dos dois durante 15 épocas. Outras adições ao modo carreira são o aparecimento da academia de jovens, que permite utilizar olheiros para procurarem pelo mundo futuros talentos que vão sendo desenvolvidos no teu clube e também a possibilidade de interagir com os jogadores, embora seja muito reduzida e sobre a qual não temos qualquer controlo.
Tal como no FIFA 11 voltamos a poder jogar controlando o guarda redes embora na minha opinião a não ser em condições especiais é um aborrecimento muito grande pois somos capazes de passar jogos inteiros só com uma ou duas defesas.

Embora estes modos sejam interessantes é sobretudo os modos multiplayer que oferecem ao jogo horas e horas de prazer e entretenimento.
Football Club é a maior adição em termos de modos de jogo de FIFA 12, com ele podemos saber noticias dos nossos amigos, desde resultados aos pontos de experiência que possuem, oferece-nos também a possibilidade de completar desafios inspirados na atualidade futebolística. Existe também algo denominado de “Apoia o teu clube” que consiste basicamente em atribuir os pontos que conseguires a jogar FIFA ao teu clube com o objetivo de perceber quem no final acabará em primeiro.

Ultimate Team
O modo “Ultimate Team” aparece pela primeira vez incluído no jogo e embora este nos permita jogar tanto online como offline é absolutamente necessário estarem ligados aos servidores EA para poderem utiliza-lo. Este modo é uma espécie de jogo de carta onde compras um pacote que te traz determinados jogadores e equipamentos entre outras coisas, depois vão fazendo jogos com a vossa equipa para conseguirem moedas que depois irão servir para comprar mais e melhores pacotes. Podem tambem adquirir novas “cartas” através de leilões ou troca de jogadores. No entanto acho este modo demasiado complexo para aqueles que apenas querem entrar logo em campo e começar a jogar.
Online

Para aqueles que não querem complicações e pretendem apenas fazer jogos online existe o novo modo online que consiste em épocas de 10 jogos, havendo várias divisões sendo o objetivo chegar a 1º divisão, para tal tem de conseguir determinado numero de pontos para conseguirem subir de divisão ou então no mínimo assegurar a permanência. Existe um modo semelhante a este mas especialmente para aqueles que querem jogar com amigos online.
Os modos clubes profissionais e salas de espera voltam a marcar presença assim como a habitual presença do FIFA INTERACTIVE WORLD CUP.

Foi também implementado um centro de criação que nos permite criar não só jogadores como já era possível anteriormente mas também equipas e torneios e para além disso podemos fazer o download de jogadores, equipas e torneios criado por outros jogadores FIFA. Infelizmente apenas temos direito a um download tendo de comprar para poderem fazer mais downloads o que é simplesmente lamentável visto que se trata de conteúdo feito pelos jogadores e não pela EA.
FIFA 12 mesmo sendo o melhor jogo de futebol que existe continua a não possuir um online condizente com a sua qualidade, muito por culpa da EA que após vários anos de queixas dos seus fieis utilizadores continuam sem fazer nada acerca das constantes desconexões que nos impedem de retirar o máximo da nossa experiencia e isso é uma vergonha para um companhia tão consagrada como é a EA.
Em relação aos gráficos não há nada a dizer alguns detalhes foram melhorados mas no cômputo geral continuam semelhantes ao gráficos de FIFA 11.
A Banda sonora continua marcada por musicas internacionais de bandas não muito conhecidas mas que se adequam de forma muito boa ao tipo de jogo.
Os comentadores Hélder Conduto e David Carvalho voltam a marcar presença em FIFA 12 e embora com algumas falhas estão mais completos e mais diversificados.

Concluindo, tenho a dizer que FIFA 12 é sem dúvida o melhor simulador de futebol disponivel e a partir do momento em que são fãs de futebol torna-se quase obrigatório adquirir este jogo. No entanto existem muitos pontos para serem repensados pela EA a começar pelos servidores EA e também por dar mais importância a Portugal nos seus jogos pois afinal, nós temos o melhor treinador do mundo e um dos melhores jogadores do mundo.
Som – 9/10 – Banda Sonora muito boa.
Gráficos – 8/10 – Não apresentam qualquer melhoria.
Longevidade – 10/10 – Vários modos de jogos, mas pode ficar um pouco comprometida sem uma boa ligação à internet.
Jogabilidade – 9/10 – Eficaz mas um pouco complicada.

Nota Final – 9/10 – Melhor jogo de futebol disponível.